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Valoriza 22,3% em 2015 o imobiliário no centro histórico de Lisboa

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Valoriza 22,3% em 2015 o imobiliário no centro histórico de Lisboa

08.Apr.2016

Valoriza 22,3% em 2015 o imobiliário no centro histórico de Lisboa


Foi ontem apresentado, na conferência de abertura da Semana da Reabilitação Urbana, o novo Índice de Preços do Centro Histórico de Lisboa. 

Este Índice monitorizará a evolução dos preços de transação de imóveis no conjunto das três freguesias centrais dessa cidade, designadamente a Misericórdia, Santa Maria Maior e São Vicente, permitindo conhecer a dinâmica de valorização desse território e o impacto das políticas públicas de reabilitação urbana.

Esse indicador resulta do tratamento da informação sobre transações que é reportada pelos proprietários junto da Câmara Municipal de Lisboa, a qual pode exercer o Direito de Preferência relativamente aos imóveis transmitidos dentro da respetiva Área de Reabilitação Urbana.

A partir dessa base, a Confidencial Imobiliário desenvolveu uma metodologia de cálculo de um índice de preços, assente em procedimentos de ajustamento de qualidade, com recurso a métodos econométricos, permitindo acomodar a heterogeneidade dos imóveis transacionados e, dessa forma, apurar a evolução dos preços expurgada do efeito da alteração das características dos imóveis vendidos. Para promover a comparabilidade temporal dos dados, tais modelos têm em conta a microlocalização dos imóveis (tendo sido possível delimitar aquelas freguesias em 25 bairros homogéneos, tendo por base os Núcleos de Interesse Histórico pelo PDM da cidade) e o impacto de eventuais obras de reabilitação de que os imóveis tenham sido alvo. 

É na sequência desse trabalho, viabilizado pelo protocolo de colaboração estabelecido entre a Confidencial Imobiliário e a Câmara Municipal de Lisboa, que se procede ao lançamento do novo índice de preços, o qual passará a ser atualizado semestralmente. 

Os dados apurados são inequívocos. O Centro Histórico de Lisboa é o mercado com o maior registo de valorização em 2015, traduzindo a forte procura de que tem sido alvo nos últimos anos. 

Esse mercado já tinha observado um comportamento positivo entre 2008 e o começo de 2010, valorizando 12,5%. Contudo, acabou por ser afetado pela crise financeira, que implicou uma desvalorização do mesmo em 8%. O ano 2013 marcou o começo da recuperação, logo com uma valorização de 12,5%. Seguiu-se um ano de estabilização, com uma queda de 1,3% em 2014 para, finalmente, em 2015, o mercado assumir o potencial de valor que toda a procura lhe vinha imprimindo, valorizando 22,3%. 

O comportamento dos preços está fortemente ancorado no crescimento da procura comercial e turística e na elevada dinâmica de reabilitação urbana dos últimos anos, que necessariamente contagiam todo o território e potenciam o valor de todos os imóveis na zona.

Num estudo complementar realizado pela Confidencial Imobiliário, observa-se que o preço da noite em alojamento local no Centro Histórico de Lisboa é cerca de 85 euros. Esse valor compara com uma média de 150 euros no Centro Histórico de Barcelona, cidade com a qual Lisboa concorre na procura turística. O diferencial de valores suporta uma perspetiva de sustentabilidade da evolução dos preços reportada para o Centro Histórico de Lisboa.

Só nessa zona, a base de dados total de Direitos de Preferência abrange mais de oito mil transações desde 2008, metade das quais entre 2014 e 2015. 

Na realidade, 2015 foi o ano com maior número de operações, com 2.199 vendas, num total de 709 milhões de euros. Estes resultados representam uma subida de 11% em número e de 37% em montantes transacionados. 

Os bairros do Chiado, Baixa/Cruzes da Sé e Alfama/Santa Marinha abrangem 38% do total de registos de transações no período 2008-2015. 

O preço médio de venda de fogos em prédios reabilitados é de 3.780 euros/m2.

Foto: Céline Colin