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Teve início as obras de requalificação exterior da Vila Berta, em Lisboa

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Teve início as obras de requalificação exterior da Vila Berta, em Lisboa
Teve início as obras de requalificação exterior da Vila Berta, em Lisboa
Teve início as obras de requalificação exterior da Vila Berta, em Lisboa

25.Jun.2015

Teve início as obras de requalificação exterior da Vila Berta, em Lisboa


No passado dia 22 de Junho, teve lugar a cerimónia simbólica que assinalou o início das obras de requalificação do conjunto edificado da Vila Berta, em Lisboa. Este evento contou com a presença do arquitecto Estêvão Tojal em representação da Associação de Defesa do Património de Vila Berta (ADPVB) e da arquitecta Joana Grilo da Vaiassociação – Arquitectura e Intervenção Social além de representantes camarários, que expuseram as linhas desta intervenção, numa vila, que já se encontra integrada no roteiro turístico da cidade de Lisboa.

Localizada na Graça e classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1996, as intervenções neste conjunto de 16 prédios incidem essencialmente na requalificação das fachadas exteriores (rebocos e pinturas), substituição e melhorias na cablagem, desmatação e substituição de materiais danificados. De assinalar que serão mantidas as cores originais do edificado pelo que a pintura das fachadas terá o apoio das Tintas Barbot.

Também será efectuada uma intervenção, nomeadamente trabalhos de serralharia, que incidirá no restauro portas de entrada das habitações permitindo, deste modo, manter a traça original destes elementos.

Este projecto, cujo orçamento inicial é de 45 mil euros, surgiu da iniciativa dos cerca de 30 proprietários que se organizaram numa associação de defesa do património. Foi com base nesta premissa, que a ADPVB em parceria com a Faculdade de Arquitectura de Lisboa e com o apoio de patrocinadores diversos que o projecto venceu a edição de 2014 do programa BIP/ZIP Lisboa – Parcerias Locais.

Na apresentação do projecto, o arquitecto e representante da ADPVB, Estêvão Tojal assinalou a importância do envolvimento da comunidade local, no qual foram convidadas duas escolas primárias para o desenvolvimento de uma exposição relativa à vila o seu envolvente.

Reforçando esta ideia, Estêvão Tojal assinala que "além do património cultural físico, existe ainda outro património socio cultural associado à Vila Berta que se pretende preservar: a vida comunitária, as relações de boa vizinhança entre os moradores desta aldeia e a participação de todos em actividades comuns".

De empreendimento Imobiliário a Bairro Operário

A Vila Berta (ou Villa Bertha como era conhecida na altura) foi construída por Joaquim Francisco Tojal entre 1908 e 1911, nos terrenos pertencentes da Quinta do Alcaide Fidalgo, na Graça sendo baptizada com o nome da sua filha Bertha.

Inicialmente foi construída com fins de promoção imobiliária para albergar pequena e média burguesia além do grande fluxo de famílias que migraram para Lisboa como refere o arquitecto Estêvão Tojal; "sendo referenciada como vila operária, não é vila operária, foram habitações construídas para a pequena burguesia não podendo esquecer que o bairro da graça foi constituído e teve o seu desenvolvimento por uma classe operária e a vila acaba por ser um reflexo disso".

A Vila Berta é constituída por um núcleo habitacional cuja estrutura se faz em torno de duas linhas de edifícios voltados para uma rua interior, seguindo duas diferentes tipologias.

Do lado oeste, as habitações, de maiores dimensões, com três pisos, encontram-se separadas por pequenos recintos ajardinados, e possuem, ao nível do segundo piso, varandas de planta quadrada (com balaustrada em ferro forjado) assentes em finos pilares. Quanto ao lado Este, é constituído por habitações com apenas dois pisos e varandas ao nível do segundo piso, estas de menores dimensões, mas também de ferro forjado. Todas as estruturas habitacionais são compostas por dois fogos por piso.

Autor: António Barbosa
Foto:  Rui Ornelas/CC