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16.Aug.2019
Semestre "muito forte" na venda de casas
O
diretor-geral da consultora imobiliária JLL, Pedro Lancastre, adiantou,
em entrevista à Lusa, que o primeiro semestre de 2019 foi "muito forte"
na venda de casas em Portugal, com predominância de construção nova e
menos reabilitação.
"Continuam-se
a a vender muitas casas em Portugal", referiu o responsável, remetendo
para os dados do Instituto Nacional de Estatística relativos ao primeiro
trimestre, que apontam um crescimento de 8% na venda de casas,
acrescentando que a construção nova ganhou terreno em relação à
reabilitação de edifícios, com tendência a continuar.
"No
primeiro semestre foram licenciados 904 novos projetos, em Lisboa, de
reabilitação e construção nova, mais 7% [do que no período homólogo do
ano passado], mas neste semestre há uma maior predominância de
construção nova, mais 11%, e em reabilitação menos 6%", esclareceu Pedro
Lancastre.
A
nova lei do arrendamento, que protege inquilinos idosos ou deficientes
de despejos, a demora das câmaras a aprovar os projetos e o aumento dos
custos de construção para reabilitar são as razões apontadas pela JLL
para um menor interesse por este tipo de imóveis.
Quanto
aos valores das casas, o diretor-geral da consultora imobiliária
referiu uma "suavização do aumento dos preços", cujo aumento está agora a
notar-se mais nas zonas fora dos grandes centros.
Nas grandes cidades, "pode-se dizer que os preços estão a estabilizar", afirmou.
Relativamente
ao imobiliário comercial, como escritórios, centros comerciais e
hotéis, a JLL também assinalou um semestre forte, com cerca de mil
milhões de euros em imóveis transacionados.
"Foi
menos cerca de 29% [de imobiliário comercial transacionado] do que no
ano passado, não obstante, estamos ainda num patamar muito alto para o
semestre e as nossas perspetivas para o segundo semestre são muito
animadoras", acrescentou o responsável, considerando possível chegar aos
três mil milhões de euros transacionados até ao final do ano, em
Portugal.
Ainda
em relação ao imobiliário comercial, a JLL, que esteve envolvida em 63%
do volume total das transaçõesneste segmento, aponta que 87% do volume
total transacionado foi feito com capital estrangeiro, proveniente,
principalmente, dos Estados Unidos, França, Alemanha e Inglaterra.
Outro
dado salientado é a ocupação de escritórios, que aumentou 16% em
Lisboa, causando um problema de falta de espaços, face à procura, que,
segundo Pedro Lancastre, continua a aumentar.
"Há
muita procura [de escritórios] por multinacionais que, se não tiverem o
espaço que procuram, arriscam-se a ir para outros países", esclareceu o
responsável.
O
primeiro semestre do ano também se destacou pelo "forte dinamismo" na
transação de hotéis, antecipando a JLL que este ano se vai "bater o
recorde" nesta área de negócio.
Para
a consultora, não existe uma "bolha" no imobiliário, uma vez que,
apesar de ter sido registado um aumento de 16% no crédito à habitação,
há mais amortizações do que novo crédito concedido, com um novo máximo
de 4,2 mil milhões de euros amortizados no crédito à habitação em 2018.
Para
o resto do ano, a JLL espera resultados positivos, com o aumento do
peso de novas classes de ativos alternativos, como por exemplo espaços
de 'co-living' (espaços habitacionais para partilha, com áreas comuns,
preço baixo e todas as despesas incluídas) e residências para
estudantes.
A
aprovação este ano das Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliário
(SIGI), que são a versão portuguesa dos 'Real Estate Investment Trust'
(REIT), são, na ótica da JLL, um mecanismo que vai também fomentar o
mercado imobiliário, atraindo cada vez mais capital estrangeiro.
Quanto
às contas da JLL, no primeiro semestre a faturação subiu 14%, esteve
envolvida em 63% do volume transacionado em imobiliário comercial, com
12 transações realizadas, e lançou 22 novos projetos residenciais (17 em
Lisboa, quatro no Porto e um na zona de Setúbal).
Fonte: LLYC
www.llorenteycuenca.com