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15.Mar.2016
Relançamento de medidas de incentivo ao investimento e estabilidade determinantes para mercado de venda de casas
De acordo com o último
inquérito Portuguese Housing Market Survey (PHMS), os players que atuam
no mercado residencial acreditam que a atividade de compra e venda de
casas continue a evoluir positivamente, mas frisam a necessidade
de consolidar a estabilidade política e económica a nível interno e
também de relançar medidas de incentivo ao investimento estrangeiro, que
nos últimos anos têm sido importantes motivadores de compra de casas
por público internacional.
"Os agentes inquiridos acreditam
claramente no potencial do mercado, em especial tendo em conta a
dinâmica da procura gerada por investidores internacionais e por turistas", começa por comentar Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário (Ci). "Mas,
uma vez mais, manifestam uma preocupação com os impactos que possam
decorrer dos atuais riscos políticos e económicos, e enfatizam a
necessidade de consolidar a estabilidade e de relançar medidas como o
Visto Gold", refere.
Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, sublinha ainda "se
2016 é para continuar a trazer melhorias ao mercado residencial,
os fundamentos económicos serão também determinantes", acrescentando que
"apesar das previsões de estabilidade nos próximos 12 meses,
a incerteza na economia global representa um risco negativo".
De
acordo com este inquérito produzido mensalmente pelo RICS e pela Ci, os
indicadores do mercado de compra e venda em janeiro mantiveram-se
positivos, com a procura a evidenciar mesmo melhorias face a dezembro,
quando tinha estabilizado. No primeiro mês do ano, as consultas de
imóveis por potenciais clientes subiram nas regiões de Lisboa e do
Algarve, embora no Porto tenham descido ao longo do mês. Já o indicador
nacional relativo ao volume de vendas manteve-se praticamente
inalterado, revela o PHMS. Ao mesmo tempo, os preços das
casas continuaram a evoluir a um ritmo constante em janeiro, com os
participantes no último PHMS a considerar que é em Lisboa e no Algarve que
os preços mais deverão crescer (2,5%) no próximo ano, estimando uma
subida de apenas 1% para este indicador na região do Porto. Já
as projeções para os próximos cinco anos continuam a antecipar
uma subida dos preços a um ritmo de pouco mais de 4% ao ano.
Relativamente ao
mercado de arrendamento, em Janeiro, a procura movida por
potenciais arrendatários continuou a crescer, enquanto que o número de
novas instruções pelos proprietários continuou a decrescer, caindo ao
ritmo mais rápido desde o lançamento da série, em 2011.
Este desequilíbrio continuou a sustentar um crescimento das rendas, que
recuperaram pelo nono mês consecutivo após anos de
declínio persistente. A expectativa dos participantes neste PHMS é que os
valores praticados neste segmento de mercado possam crescer ainda mais
ao longo dos próximos três meses.
Foto: Steve Cukrov