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18.Feb.2016
Recuperação do arrendamento habitacional no final de 2015
Em Dezembro, a actividade
de compra e venda de habitação estagnou em Portugal, ao mesmo tempo que a
procura por arrendamento continuou a reforçar-se conduzido a
uma aceleração no crescimento das rendas, revela o
mais recente Portuguese Housing Market Survey (PHMS), inquérito
mensal produzido pelo RICS e pela Confidencial Imobiliário (Ci).
No
entanto, os participantes no inquérito antecipam que esta seja uma
tendência temporária, e as perspectivas é que as vendas retomem a sua trajectória ascendente no curto prazo.No mercado de arrendamento,
a procura por parte dos arrendatários acelerou ao longo de Dezembro, ao
mesmo tempo que se voltou a registar uma forte quebra nas
novas instruções por parte dos proprietários. Face a este cenário, as
rendas continuaram a recuperar, mas a um ritmo mais acelerado.
O
PHMS revela ainda que os valores das rendas habitacionais têm vindo a
aumentar de forma constante ao longo dos últimos oito meses em Portugal,
sucedendo a anos de declínio constante deste indicador. E
as expectativas dos participantes no inquérito é que a actividade no
mercado de arrendamento se continue a desenvolver positivamente nos
próximos meses, prevendo mesmo um crescimento adicional das rendas no
curto prazo.
Já no mercado de compra e venda, o ritmo de
consultas por potenciais clientes estagnou em Dezembro pela primeira vez
desde o final de 2013, com o volume de vendas a manter-se também
inalterado. E, do lado da oferta o sentimento de mercado não é igual
entre os mediadores e os promotores imobiliários, com os primeiros a
reportarem um ligeiro acréscimo das suas transacções enquanto os
segundos dão conta de um declínio considerável das vendas.Em Dezembro, os preços da habituação continuaram a recuperar em todo o
país, embora o ritmo tenha desacelerado em relação ao do início do ano.
As expectativas dos profissionais continuam em terreno
positivo, antecipando uma subida deste indicador em cerca 2% ao longo
dos próximos 12 meses e a um ritmo médio de 4% ao ano durante os
próximos cinco anos. Numa análise região a região, o PHMS estima que o
Algarve lidere na subida de preços em 2016, com uma evolução de 3%, ao
passo que nos mercados de Lisboa e do Porto o crescimento será de 2%
e 1%, respectivamente."Embora os últimos resultados mostrem
uma desaceleração da actividade em Dezembro, os indicadores futuros
permanecem, no geral, optimistas. Com a melhoria da economia nacional,
reúnem-se as condições para o mercado retomar a sua recuperação nos
próximos meses. No entanto, só o tempo dirá se este é um comportamento
pontual ou o início de uma tendência mais duradoura", comenta Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS.
Ricardo Guimarães, Director da Ci nota que "a
incerteza é frequentemente mencionada nos comentários produzidos pelos
agentes que participam no inquérito. As actuais condições no
sistema financeiro parecem ser a principal causa. Ao nível interno, a
incerteza é vista como uma fonte de potencial constrangimento na
obtenção de novos empréstimos. Ao nível externo, a incerteza gera
potenciais efeitos negativos na atracão de investimento internacional,
num momento em que é crucial para o mercado."
Foto:DR