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Entrevista: «É fundamental ir crescendo noutras áreas que não a construção civil…»

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Entrevista: «É fundamental ir crescendo noutras áreas que não a construção civil…»

21.Jul.2014

Entrevista: «É fundamental ir crescendo noutras áreas que não a construção civil…»


A Lucios desenvolve a sua actividade no âmbito da requalificação e conservação em obras públicas e privadas, construção residencial, industrial, comércio e serviços, desporto e lazer e projectos especiais tendo, também, uma área de promoção imobiliária residencial para os segmentos alto e médio-alto. O "know-how" da construtora tem vindo a ser reconhecido, nomeadamente através da distinção, em dois anos consecutivos, pelo Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, em 2013. Em entrevista ao Directobras, o administrador da empresa, Filipe Azevedo, faz uma breve análise do sector da construção no nosso País.

1.- Como avaliam, na vossa perspectiva, o sector da construção no nosso País?
A tendência natural é, claramente, para o decréscimo da construção nova, centrando-se a actividade na conservação e reabilitação das construções existentes, nomeadamente na área da hotelaria, área onde temos neste momento vários projetos em desenvolvimento.

2.- Qual a estratégia, a adoptar pelas construtoras portuguesas, face à diminuição da actividade construtiva em Portugal?
É fundamental ir crescendo noutras áreas que não a construção civil, investindo na diversificação das áreas de negócios, quer em Portugal quer lá fora. Os níveis de construção das últimas décadas dificilmente se irão verificar novamente, pelo que a internacionalização é um dos caminhos para as empresas que pretendem consolidar a sua posição e crescer de forma sustentável.

3.- Considera que a aposta na internacionalização a única saída para a sobrevivência das construtoras portuguesas?
A internacionalização é apenas um dos caminhos que as empresas portuguesas poderão seguir para contornar a actual crise nacional no sector. Ainda assim, defendo que a diversificação do negócio é uma excelente alternativa e/ou complemento ao processo de internacionalização.

4.-. Face ao novo Quadro Comunitário de Apoio (Portugal 2020), considera que este investimento possa dar uma alavanca ao sector das obras e por consequente, às empresas de construção?
Pelo que foi divulgado, o novo Quadro Comunitário de Apoio terá como eixos a educação, a formação, a investigação e a inovação, áreas chave para o desenvolvimento do país, e que podem, de certa forma, alavancar a economia. Sendo a construção, um dos seus motores, não deverá depender de fundos comunitários, mas ser o resultado de uma economia pujante e saudável, para que se evitem falsos crescimentos.

5.- Qual a aposta da vossa construtora, para os próximos anos?
A nível nacional, estamos a focar o nosso trabalho em obras de hotelaria e indústria. Claro está, a reabilitação continua e continuará a ter espaço para crescer. Com 30 milhões de euros facturados em 2013, este segmento de mercado vale já cerca de 60% do volume de negócios da Lucios em Portugal, sendo que, a tendência será de reforço, ou seja, havendo menos oportunidades nas outras áreas, a reabilitação ganha peso. Para este ano, prevemos um volume de negócios na ordem dos 56 milhões de euros. O objetivo passa por manter a dimensão média da empresa em torno dos 50 milhões de euros. Já a nível internacional, a realidade é outra. Os mercados externos vão disparar e deverão valer, no final do ano, 20 a 25 milhões de dólares contra os sete a oito milhões registados em 2013. Aliás, apesar do processo de internalização da Lucios ter arrancado há apenas dois anos, em Moçambique, acreditamos que, em quatro a cinco anos, este mercado tenha já uma dimensão superior à do português. Além de França, planeamos continuar diversificar os destinos do nosso negócio. Temos estado especialmente atentos à Argélia, onde temos apresentado muitas propostas, e ao Gana, onde damos já os primeiros passos.

6.- Breve referência a um empreendimento em curso a cargo da vossa empresa.
Obra: conversão do 'Palácio da Batalha' num hotel de 4 estrelas Valor da obra: cinco milhões de euros Conclusão: outubro de 2014 Localização: centro histórico do Porto Descrição: naquele edifício centenário, localizado junto à Praça da Batalha, os turistas e portuenses irão encontrar 104 quartos, distribuídos por cinco pisos, um jardim e ainda um parque subterrâneo com capacidade para 10 viaturas. No rés-do-chão serão instalados os serviços de acolhimento, nomeadamente a recepção e a zona de estar, complementados por um bar e um restaurante que, nos momentos próprios, será um espaço destinado ao serviço de pequenos almoços, com capacidade para 80 pessoas em simultâneo. A contenção de fachada do edifício e a execução da nova cave são as principais especificidades do projecto.