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Entrevista: «A internacionalização é, e deve ser uma aposta no actual quadro do sector…»

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Entrevista: «A internacionalização é, e deve ser uma aposta no actual quadro do sector…»

10.Aug.2014

Entrevista: «A internacionalização é, e deve ser uma aposta no actual quadro do sector…»


O Grupo Lena Engenharia, Construção & Concessões é constituído atualmente, pela Lena Engenharia e Construções, S.A. e pela Lena Concessões e Serviços, SGPS, S.A. A sua actividade desenrola-se a nível nacional e internacional, onde actua nos mercados da Bulgária e Roménia, no mercado sul-americano, nomeadamente; Brasil, Colômbia, México e Venezuela e africano com presença na Argélia, Angola, Marrocos e Moçambique. Em entrevista ao Directobras o CEO da empresa, Joaquim Paulo Conceição, que nos fala da experiência e intervenção do Grupo Lena no sector da Construção.


1.- Como avaliam, na vossa perspectiva, o sector da construção no nosso País?
O sector da construção é, desde sempre, um aferidor do estado da economia. Com o investimento público, o motor do sector, praticamente estagnado há quase quatro anos, a construção reflecte o estado da economia do País. Mas estes problemas, graves, que levaram à destruição massiva de empregos e ao fecho de milhares de empresas, tiveram igualmente o condão de regular o sector, separando o trigo do joio. Assim, sobreviveram as empresas mais sustentadas e com maior capacidade de adaptação, designadamente as que puderam e souberam encontrar mercados alternativos. Foi o caso do Grupo Lena, que empreendeu uma reestruturação profunda, reduzindo custos de uma forma drástica, focando-se no seu "core" e apostando decisivamente nos mercados externos, onde hoje está a esmagadora maioria da sua carteira de obras.

2.- Qual a estratégia, a adoptar pelas construtoras portuguesas, face à diminuição da actividade construtiva em Portugal?
Todas as empresas devem ter uma perspectiva de mercado global, encarando, consoante a sua dimensão e objectivos, a expansão e a internacionalização como uma forma de crescimento. Esta aposta deve ser sustentada numa estratégia sólida, mas simultaneamente ousada, que permita à empresa um crescimento consistente, e possibilite alguma segurança perante as fragilidades de mercados específicos. A solução foi, pois, e continua a ser, a aposta nos mercados externos.

3.- Considera que a aposta na internacionalização a única saída para a sobrevivência das construtoras portuguesas?
Sem dúvida, a internacionalização é e deve ser uma aposta no actual quadro do sector. Este é um dos pilares de crescimento do Grupo Lena, com um peso de 55% nas actividades em 2013, prevendo-se que ultrapasse os 90% em 2018. É nosso objectivo ser um dos principais grupos ibéricos ligados à construção, ambiente e energia, com uma presença internacional sustentada, rentabilidades ao nível das melhores práticas e uma estrutura de capitais equilibrada.

4.-. Face ao novo Quadro Comunitário de Apoio (Portugal 2020), considera que este investimento possa dar uma alavanca ao sector das obras e por consequente, às empresas de construção?
Não conhecemos ainda bem o QCA, mas é crível que contribua para um incremento das obras públicas, embora muito longe do "boom" dos outros quadros comunitários anteriores.

5.- Qual a aposta da vossa construtora, para os próximos anos?
Queremos cimentar a actividade da Lena Engenharia e Construções a nível nacional, e incrementar ainda mais a sua presença no estrangeiro. Prevemos que, em 2018, a presença no estrangeiro signifique mais de 90% do total da sua actividade, o que bem demonstra a dimensão da nossa aposta

6.- Breve referência a um empreendimento em curso a cargo da vossa empresa.
Destacaria o projecto "Casas do Mundo", que nasceu na Venezuela já em 2011, e consiste na construção de 50.000 casas, grandes áreas residenciais, habitações modulares e de baixo custo, em sistema "chave-na-mão". Destas, 12.500 estão já em fase de execução, o que totalizará quatro mil milhões de dólares em carteira. Fruto desta experiência na Venezuela, no passado mês de junho o Grupo Lena abriu sucursais na Colômbia e no México, a Colômbia pela sua proximidade com a Venezuela e capacidade de aproveitamento de sinergias – nomeadamente a facilidade com que a construtora pode transferir estaleiros e equipamento –, e o México pelos grandes investimentos previstos em atividades ligadas aos negócios "core". Nos arredores de Bogotá está iminente o primeiro negócio, com a construção de três mil casas sociais, num valor estimado de 115 milhões de euros. Ainda no âmbito do projeto "Casas do Mundo", foi recentemente assinado um protocolo de cooperação internacional com 17 empresas portuguesas de engenharia e construção, que aponta para a construção de 200 mil fogos habitacionais em pelo menos seis países, até 2020, o que representa um volume de negócios superior a 10 mil milhões de euros. Este protocolo permitirá ainda ao Grupo Lena e às empresas parceiras a entrada em novos mercados de África e América do Sul.