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Entrevista: «A crise fez uma "limpeza" neste sector, fazendo com que realmente só os bons profissionais se mantivessem…»

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Entrevista: «A crise fez uma "limpeza" neste sector, fazendo com que realmente só os bons profissionais se mantivessem…»

14.Jul.2014

Entrevista: «A crise fez uma "limpeza" neste sector, fazendo com que realmente só os bons profissionais se mantivessem…»


Com sede em Póvoa de Santa Iria, a Edificabella, Construções. Lda, é uma média empresa regional especializada na construção e remodelações de imóveis. Em entrevista ao Directobras, a sócia-gerente da empresa, Anabela Jorge, fala-nos da conjuntura actual do sector da construção.

1.- Como avaliam, na vossa perspectiva, o sector da construção no nosso País?
Na nossa opinião e tentando tirar o "lado positivo da crise", se assim se poderá dizer, o sector da construção sofreu há uns anos um grande "boom", nessa fase muitas pessoas enveredaram para este mundo sem ter qualquer conhecimento apenas e só para ganhar muito e rápido. Por estes motivos existiu no nosso país muita construção sem qualidade e responsabilidade. A crise fez uma "limpeza" neste sector, fazendo com que realmente só os bons profissionais se mantivessem, apesar de alguns, infelizmente não terem também conseguido aguentar. Face a isto, hoje em dia em Portugal, os trabalhos realizados nesta área são feitos com qualidade e pensados no cliente final, esta é pelo menos a forma com que encaramos o mercado actual.

2.- Qual a estratégia, a adoptar pelas construtoras portuguesas, face à diminuição da actividade construtiva em Portugal?
Com a diminuição da actividade no nosso país, só existem duas estratégias: uma, internacionalizar, investindo em alguns países emergentes, outra, adaptar-se ao mercado nacional. Para quem pretenda continuar com construção nova como negócio principal o ideal é a primeira opção, no segundo caso terá de apostar em reabilitação apesar de poder haver também construção de raiz mas só em situações mais ocasionais, com projectos de qualidade para poder escoar facilmente o produto e com condições de financiamento vantajosas para o cliente final para o caso de ele necessitar de crédito.

3.- Considera que a aposta na internacionalização a única saída para a sobrevivência das construtoras portuguesas?
Depende da estratégia escolhida, mas para muitas empresas pode ser a única saída. Cada caso é um caso...

4.-. Face ao novo Quadro Comunitário de Apoio (Horizonte 2020), considera que este investimento possa dar uma alavanca ao sector das obras e por consequente, às empresas de construção?
Nesta fase, em que se encontra o sector da construção, todos os apoios são importantes. Principalmente por ser uma área que sofreu imenso com a crise qualquer incentivo que surja para dinamizar o sector é bem-vindo.

5.- Qual a aposta da vossa construtora, para os próximos anos?
Dos vários projetos que possuímos, temos um loteamento para moradias com cerca de 27.000 m2 com vista rio em Santa Iria de Azóia, sendo que o investimento para a realização desse projecto rondará os 3.300.000€ e temos em vista a construção de um edifício habitacional de 20 fogos também com vista rio na Póvoa de Santa iria, neste caso o valor do investimento é inferior mas não deixa de ser elevado tendo em conta o contexto económico em que nos encontramos actualmente, apesar de acharmos que este ano a situação esteja a evoluir de forma favorável mas lentamente, esperamos por isso que esta evolução se solidifique.

6.- Breve referência a um empreendimento em curso a cargo da vossa empresa.
Neste momento estamos a concluir as vendas de um empreendimento de 32 fogos em que já temos 90% dos imóveis vendidos, felizmente. Iremos por isso brevemente iniciar a reabilitação de um edifício habitacional com comércio no centro de Alverca.