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Indústria portuguesa de mobiliário atenta ao comboio da transformação digital

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Indústria portuguesa de mobiliário atenta ao comboio da transformação digital

09.Mar.2017

Indústria portuguesa de mobiliário atenta ao comboio da transformação digital


De Paços de Ferreira para os Estados Unidos da América ou Japão, de Paredes para Paris ou Londres, as distâncias atenuam-se quando um clique num computador, ou um dedo num ""smartphone", faz deslizar potenciais gavetas de encomendas e sentam em frente a uns quantos pixéis eventuais clientes de paragens de outra forma inalcançáveis.

Mas isso só acontece quando o tecido empresarial de um setor alia o novo contexto digital - e os seus desafios - à tradicional forma de saber fazer. Da indústria lusa do mobiliário, no caso, muito centrada no norte do País.

Empresas como AM Classic (de Paços de Ferreira), a Ambitus e a Ozo Living (ambas de Paredes), ou, ainda, a Tors (de Santo Tirso) e a Tecnárea (de Gondomar) são exemplos de quem só vê vantagem para os negócios na existência ativa na rede mundial de informação eletrónica.

Todas elas, empresas com créditos firmados nacional e/ou internacionalmente, tiveram recentemente os seus "sites" criados pela Designarte – Brand Ativation, cientes que, nos dias que correm, a Internet é frequentemente o primeiro cartão-de-visita de uma firma e o relance inicial que pode abrir a janela da abordagem comercial.

No caso da AM Classic, há mais de 50 anos no setor, a página "web" «teve que ser projetada para dar suporte à estratégia de internacionalização em marcha, daí terem sido criados cenários que apontam para os segmentos nucleares do negócio, numa solução "web" esteticamente apelativa e funcional, adaptável a várias línguas», sublinha Paulo Taveira, diretor-geral da Designarte.

Segundo a IDC - International Data Corporation  (empresa de referência internacional na área de "Market Intelligence" e consultoria para os segmentos das tecnologias de informação e eletrónica de consumo), na sua recente conferência anual FutureScapes 2017, não obstante a transformação digital aparecer como prioridade nas agendas das principais empresas de vários setores em Portugal, prevê-se que, em 2020, apenas 25% das 500 maiores organizações nacionais irá conseguir desenvolver com sucesso uma estratégia de diferenciação competitiva através da Transformação Digital.

Quer isto dizer que, em 100 empresas, apenas 25 conseguirá, de facto, adaptar – com um (a)braço digital - a forma como se relaciona com clientes e parceiros, bem como lança novos produtos e serviços…

A mesma IDC estimava há um ano que, até 2020, existam no nosso País mais de 68,1 milhões de equipamentos (incluindo computadores pessoais, smartphones e outros acessórios e dispositivos inteligentes) ligados à Internet, o que dará cerca de 6,4 equipamentos por pessoa…

«Não ter o negócio, qualquer que ele seja, "digitalizado", é hoje em dia quase o equivalente a não existir», enuncia o diretor-geral da Designarte. E completa: «Sentimos que as nossas PME estão gradualmente a aderir às particularidades desta nova forma de estar e no negócio, mas, no terreno, também temos a perceção que há muitas mais que têm ainda de "dar o salto", porque produzem com qualidade e têm muito mais mercado do que pensam, o qual pode ser facilitado com uma estratégia digital».

Há uns «valentes anos atrás, os agentes económicos do nosso País refletiam sobre o design como fator fundamental de competitividade e, hoje, sabemos inclusive como quantificar essa importância». Paulo Taveira refere-se ao recente estudo do Design Council do Reino Unido, que conclui que um euro investido em design pode significar mais quatro euros nos resultados operacionais, cinco euros em exportações e mais 20 euros no volume global de negócios da empresa.

Ora, enfatiza o responsável da Designarte, «a aposta digital na indústria também pode produzir resultados quantificáveis e cada estratégia adequada aos objetivos – macro ou micro - da empresa. Afinal de contas, no caso do mobiliário, estamos a falar de um setor que, em 2016, conseguiu aumentar as suas exportações 8%, para 1.700 milhões de euros».

Imagine-se as possibilidades com empresas ainda mais atuantes neste domínio… «Os apoios da União Europeia, e, também, nacionais, estão aí, e há empresas que estão a aproveitar a onda», aponta Paulo Taveira, ilustrando a ideia com os casos da AM Classic, da Ambitus, da Ozo Living, da Tors e da Tecnárea, cada qual com a sua especificidade.

Bases da NATO, prémios e parcerias estratégicas…

A AM Classic, por exemplo, assume-se essencialmente voltada para o mercado externo. Exporta para cerca de 50 países, é habitualmente escolha de muitos "famosos" (o tenista Rafael Nadal é um deles) e os seus móveis chegaram a ser há alguns anos escolhidos pelos oficiais do exército dos EUA para bases da NATO espalhadas pela Europa.

E se, com o contributo da AM Classic, o concelho de Paços de Ferreira faturará anualmente cerca de 1.000 milhões de euros no setor do mobiliário", o vizinho de Paredes não lhe ficará atrás.

É de lá que, para os seus clientes, a OZO Living dá forma aos conceitos previamente desenvolvidos pelas equipas projetistas dos promotores, criando soluções 100% à medida. A empresa atua no segmento Contract (hotéis, lojas comerciais, escritórios e espaços públicos) e tem participado em inúmeros projetos de luxo. As Penthouse Suítes do Hotel Corinthia, em Londres, estão na lista. Uma delas valeu-lhe o prémio "Best Suite – 2012 European Hotel Design Award".

Este trabalho foi, aliás, desenvolvido em parceria com a congénere Ambitus (a empresa nasceu na década de 60 do séc. XX), que vem desde o ano 2000 direcionando a sua produção igualmente para o Contract. Não é, por isso, sem surpresa que vemos projetos da sua autoria em vários unidades hoteleiras de charme, quer em território português quer no estrangeiro.

Desde o novo milénio, o mercado externo é igualmente uma das apostas da Tors (nascida em 1986), a qual tem nos países africanos de língua oficial portuguesa alguns dos destinos prediletos para a diversificada gama de soluções de que dispõe nas áreas do mobiliário, carpintaria e decoração.

Já a gondomarense Tecnárea (com instalações de 4.200 m2) tem assumido protagonismo em empreitadas de vários hotéis, unidades hospitalares, centros comerciais e unidades de restauração com o seu mobiliário em madeira e design contemporâneo, que, quando se impõe, abre mão de parcerias em áreas estratégicas como a metalurgia (aço inox), vidraria, iluminação e confecção têxtil.


Fonte: Designarte